segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Para representantes do MiniCom que acompanharam o switch off, engajamento da população foi fundamental para evitar transtornos
Quando os canais de TV analógicos japoneses foram desligados, no último dia 24 de julho, mais de 99% da população do país já podiam assistir, em suas casas, a programação digital. Esse resultado, que demonstra o sucesso da transição da TV analógica para a digital no Japão, foi possível a partir de um grande esforço do governo, que investiu em infraestrutura, em comunicação e publicidade e, até mesmo, em assistência técnica à população.
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Chidejika, mascote criado para lembrar o fim da transmissão analógica de TV no Japão

Cerca de U$S 2 bilhões foram aplicados, por exemplo, na realocação de todos os canais analógicos para a última faixa de UHF no início da implantação da TV digital. Outros U$ 120 milhões foram investidos na solução de alguns problemas identificados pelos técnicos do governo durante a transição, como a instalação de estações repetidoras. Essas estações foram criadas para garantir a cobertura das chamadas “áreas de sombra”, onde o sinal não chegava, principalmente em áreas rurais.

A diretora do Departamento de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica do MiniCom, Patrícia Brito de Ávila, e o assessor da Secretaria de Telecomunicações Flávio Lenz, que foram ao Japão acompanhar o desligamento dos canais analógicos, tiveram a oportunidade de conhecer uma dessas áreas, na região de Saitama. A província de Saitama está situada no interior da ilha do Japão, ao norte de Tóquio, a capital japonesa. Aproximadamente um terço de sua área é montanhosa, o que explica as dificuldades da transmissão de TV digital na região.
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Técnicos japoneses explicam medidas de solução para baixa recepção na área rural
Os representantes do MiniCom também visitaram um dos 1.640 centros de atendimento à população instalados pelo governo. Desde maio deste ano, os cidadãos podem ir até esses locais para esclarecer dúvidas e solicitar informações sobre os equipamentos e, eventualmente, contar com o atendimento de um técnico em suas residências. No entanto, desde 2008, as dúvidas da população já podiam ser esclarecidas a partir dos call centers instalados em todo o Japão. Uma grande rede de lojas de conveniência, com mais de 20 mil estabelecimentos no país, também teve um papel relevante, dando informações a seus clientes. Todo esse esforço foi fundamental para que a população se sentisse segura em relação ao processo de substituição da TV analógica pela TV digital e compreendesse as vantagens que isso iria trazer.

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Reunião com os representantes do ministério japonês das Comunicações
Com esse objetivo, o governo japonês também desenvolveu uma importante ação de comunicação e marketing, como a criação de um mascote, que aparecia em todo o material publicitário sobre o switch off. Além disso, cartas foram enviadas a todas as residências do país e mensagens explicativas apareciam na parte inferior da tela da TV durante a programação. Mesmo assim, grande parte da população decidiu adquirir os conversores digitais nos últimos meses antes do apagão analógico. Logo, a procura pelo equipamento cresceu mais do que a indústria esperava, o que acarretou em falta do equipamento nas lojas. Mas isso não significa que os japoneses deixaram para experimentar a TV digital “na última hora”, já que os conversores procurados eram para o segundo ou terceiro aparelho de TV da residência, isso porque a família já contava com pelo menos um televisor digital.

Para o assessor da Secretaria de Telecomunicações Flávio Lenz foi essencial para o Brasil acompanhar de perto este primeiro apagão da TV analógica. “O Japão planejou muito bem cada etapa desse trabalho e é importante para nós contarmos com este exemplo de sucesso. Com certeza, poderemos aproveitar várias estratégias implementadas pelo governo japonês, claro, adaptando-as à realidade do Brasil”.

Já a diretora do Departamento de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica, Patrícia Brito de Ávila, destaca que uma ação deste porte requer uma atuação integrada entre o governo e o setor privado. “Além disso, é fundamental promover o engajamento da população para que a transição ocorra de forma eficaz e sem transtornos”, conclui.

As transmissões analógicas devem ser encerradas no Brasil em 2016. Até lá, a população vai poder entrar na era digital adquirindo novos aparelhos de TV com o conversor embutido ou comprando o chamado set-top box, uma caixinha que pode ser instalada em qualquer televisor, mesmo nos modelos menos modernos. Com essa caixinha o telespectador vai poder continuar a receber a programação das emissoras de TV.

[Fonte: Ministério das Comunicações]

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