quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Seminário mostra características de sistemas de rádio digital


  
Representantes das tecnologias norte-americana e européia fazem apresentação sobre os dois modelos; professor defende adoção pelo Brasil de sistema próprio

Fotos: Caio Nantes/Correios
DSC_0005Brasília 01/09/2011 – As principais características técnicas dos sistemas de rádio digital norte-americano e europeu foram o destaque do primeiro painel do Seminário de Rádio Digital, promovido nesta quinta-feira pela Secretaria de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações. Representantes dos dois modelos detalharam aos participantes quais as funcionalidades, compatibilidades e vantagens da tecnologia americana IBOC (In band on Chanel)  e da europeia DRM (Digital Radio Mondiale).

Para a diretora do Departamento de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica do MiniCom, Patrícia Ávila, além de conhecer as características de cada sistema, o painel permitiu discutir o que é importante para o radiodifusor e para o ouvinte. “Isso é importante para que a gente tenha uma ideia do que vai fazer daqui para a frente como política pública de rádio digital para o país”, ressaltou.

O representante do consórcio DRM, Alexander Zink, destacou a qualidade do áudio e a abrangência da cobertura do sistema europeu. Ele destacou a compatibilidade do modelo com o sistema brasileiro e reforçou a flexibilidade do DRM, que é capaz de transmitir o sinal analógico e o digital de maneira simultânea, nas faixas AM e FM. Alexander reforçou que o modelo europeu tem uma melhor utilização das freqüências disponíveis, sendo que em um mesmo canal é possível transmitir até quatro programas canais de áudio simultaneamente.

Em seguida, o representante do sistema norte-americano IBOC, John Schneider, fez um retrospecto da criação do sistema, também chamado de HD Radio. Entre os principais pontos, ele destacou a vantagem do modelo americano de transmitir sinais híbridos, que transportam as informações tanto de maneira digital quanto analógica, utilizando a mesma frequência. John Schneider revelou que mais de 80% dos Estados Unidos já estão cobertos com o sinal de rádio digital e o México decidiu pela adoção do sistema em junho.


DSC_0013SISTEMA BRASILEIRO
O professor Gunnar Bedicks, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, defendeu em sua palestra a possibilidade de o Brasil desenvolver um sistema próprio de rádio digital, com adaptações. Gunnar lembrou que o mesmo ocorreu no processo de adoção do modelo nipo-brasileiro de TV digital , o ISDB-T, que hoje vem ganhando a adesão de vários países em todo o mundo.

O professor fez também a ressalva de que a adoção do sistema de rádio digital deve levar em consideração as particularidades da radiodifusão brasileira, com destaque para as rádios AM, de Ondas Tropicais e de Ondas Curtas. “Não é a adoção de uma tecnologia que vai transformar uma AM. É preciso outros investimentos, como em equipamentos.”

O representante da Abert no evento, Ronald Barbosa, disse que o Brasil é um país de dimensão continental e destacou a importância do rádio como veículo de informação. “É preciso avaliar os impactos para a população e para as emissoras que estão no ar”, frisou. Ele também lembrou as primeiras discussões sobre o sistema de rádio digital no Brasil, em 1996, até o início de testes dos modelos, em 2008.

O representante da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), José Sóter, demonstrou preocupação com as interferências nas transmissões com dois padrões de rádio digital. Segundo ele, isso inviabilizaria o funcionamento das rádios comunitárias. Sóter também defendeu a adoção de um sistema brasileiro de rádio digital.

O MiniCom, juntamente com parceiros, realiza testes com os dois sistemas de rádio digital. O trabalho consiste em avaliar critérios relacionados à área de cobertura, condições de propagação específica das regiões brasileiras, robustez do sinal, qualidade do áudio e adequação do sistema à portaria que criou o sistema brasileiro de rádio digital. Os testes da tecnologia DRM devem terminar até março do próximo ano. Também deverão ser realizados testes com a tecnologia IBOC.

Fonte: Ministério das Telecomunicações

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